domingo, junho 02, 2013

4 aberturas de romance


Aujourd’hui, maman est morte. Ou peut-être hier, je ne sais pas. J’ai reçu un télégramme de l’asile: “Mère décédée. Enterrement demain. Sentiments distingues.” Cela ne veut rien dire. C’etait peut-être hier.

Albert Camus, L’étranger 

I did not kill my father, but I sometimes felt I gad helped him on his way. And but for the fact that it coincided with a landmark on my physical growth, his death seemed insignificant compared to what followed. My sisters and I talked about him the week after he died, and Sue certainly cried when the ambulance tucked him up in a bright red blanket and carried him away. He was a frail, irascible, obsessive man with yellowish hands and face. I am only including the little story of his death to explain how my sisters and I came to have such a large quantity of cement a tour disposal.

Ian McEwan, The cement garden 

(No fim, tu morres. No fim do livro, tu morres. Assim mesmo, como se morre nos romances: sem aviso, sem razão, a benefício apenas da história que se quis contar. Assim, tu morres e eu conto. E ficamos de contas saldadas.)

Miguel Souza Tavares, No teu deserto 

No final ela morre e ele fica sozinho, ainda que na verdade ele já tivesse ficado sozinho muitos anos antes da morte dela, de Emilia. Digamos que ela se chama ou se chamava Emilia e que ele se chama, se chamava e continue se chamando Julio. Julio e Emilia. No final, Emilia morre e Julio não morre. O resto é literatura:

Alejandro Zambra, Bonsai 



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