No es para quedarnos en casa que hacemos una casa
no es para quedarnos en el amor que amamos
y no morimos para morir
tenemos sed y
paciencias de animal
Juan Gelman
Sobre fundo branco um quadrado vermelho e a inscrição “sim”
em preto logo acima: o quadro da Mira Schendel era uma tatuagem no braço direito
de alguém com nome composto. Num outro braço direito, versos de um poema em
tipografia com serifa - daqueles que você lê e relê e não entende como é possível.
Nas costas da Ana os sinais de pontuação de um texto que não
se lê. E dela, também: as linhas que traçam o contorno das cidades vistas de longe, de
fora, de um outro lugar, de um ângulo que a gente mal sabe, de bem depois da arrebentação,
desse ponto aonde só se chega de barco, sem peso – “agoniômetro”, ela escreve
sobre uma imagem, a borda do outro lado, bater e voltar sem se afogar no meio.