Dá sempre vontade de vomitar depois de tanto choro, e toda vez que eu vou embora é assim: um abraço estreito, a gente mistura risada com agonia e aborta flores. As tripas se reviram, a barriga dá revertério e me consolo porque sei que um dia volto.
Fico minguada por uma semana, de luto, só visto calças e tênis escuros, nenhuma renda pra amenizar. Então um dia faz sol, visto sedas de novo e retomo meu lugar.
Mas agora não: esta é a última vez que te abandono, daqui sigo pra tão longe que não haja bilhete de volta, cheiro de lavanda, estampa de flor. Esta é a última vez que te abandono, porque pensei muito e não posso continuar te abandonando, não quero mais me suicidar.
Um comentário:
Acho que a última vez que abandonamos alguém ou que deixamos alguma coisa para trás, de fato, é a primeira vez que nos permitimos um suicídio duplo: a morte do que fomos e a morte do que seríamos.
beijo
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