Eu achei que teria várias conversas com você, neném, que te contaria desde os primeiros minutos muito sobre a sua mãe, sobre seus avós, sobre como era a praia quando tinha tatuís, sobre as músicas trágicas da infância, sobre ter uma fraldinha preferida que dura até quase os 10 anos. Eu achei que engataria com você um falatório desenfreado em que te mostraria os nomes das cores, as formas dos círculos e que te chacoalharia uma sorte de bichinhos em meio a uma explicação sobre as qualidades de cada um. Eu achei que te leria histórias do meu tempo de criança, mesmo que você ainda não entendesse nada. Achei que teceria com você diálogos e monólogos pra lá de divertidos, cheios de risinhos e interpretações, e que com o passar dos anos você ia pedir sempre pra eu imitar fulano ou beltrano. Achei que eu ia caprichar nas vozes e trejeitos, melhorar o vocabulário e pesquisar novas palavras pra te segurar todas as atenções. Eu não contava, neném, que diante de tanta bochecha e milagre eu ia ficar assim completamente débil, entregue e babona. Um dia eu quero que você saiba como é esse amor grande e impensável. Quando você souber como sentir, não vai querer outra vida.
5 comentários:
É eu entrar nesse blog, ler textos e chorar - ai, ai.....
Ai que Lindo Julinha!!!
Caramba, que coisa mais linda! Impossível não se comover, difícil não ter ganas de comentar.
E eu posso entendê-la, nossa!, como posso. Só não seria capaz de de me expressar com essa belezura de palavras.
Chorei. :)
See what I meant???
Continuo não querendo ter filhos, mas às vezes fico imaginando...
Se pelas minhas sobrinhas eu me sinto assim, de um jeito que não consigo traduzir, mas que vc o faz com maestria, fácil como se tivesse abrindo uma bala soft, imagina o que deve ser o amor a um filho?
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