As abelhas voam por entre os copos e demais
utensílios sobre a mesa e aperto o botão para chamar o garçom. P. repete
imediatamente a operação, e quando ele chega para nos atender explica que basta
uma chamada. Seguro nas mãos o livro com a dedicatória que ela acabou de
escrever a caneta preta e que me define como “viajante e sorridente”. Gosto de
mim assim. Eu peço uma água, P. um café com leite. Há mais 3 pessoas conosco.
Passamos uma parte daquela tarde em cadeiras amarelas de plástico numa praia decididamente
bastante imprópria. Um sujeito muito branco e muito estrangeiro passa sem
camisa, sem sapatos, sem saber que aquilo ali não é uma boa ideia de mergulho.
Ainda por cima bem diante de nossos casacos e de uma tosse.
Três dias depois me reconheço na página 23 como “minha
amiga”. Gosto de mim assim também, e agora sei como é quando as conversas reais viram
diálogos em livros.
É por isso que insisto.
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