terça-feira, julho 07, 2015

Paraty

As abelhas voam por entre os copos e demais utensílios sobre a mesa e aperto o botão para chamar o garçom. P. repete imediatamente a operação, e quando ele chega para nos atender explica que basta uma chamada. Seguro nas mãos o livro com a dedicatória que ela acabou de escrever a caneta preta e que me define como “viajante e sorridente”. Gosto de mim assim. Eu peço uma água, P. um café com leite. Há mais 3 pessoas conosco. Passamos uma parte daquela tarde em cadeiras amarelas de plástico numa praia decididamente bastante imprópria. Um sujeito muito branco e muito estrangeiro passa sem camisa, sem sapatos, sem saber que aquilo ali não é uma boa ideia de mergulho. Ainda por cima bem diante de nossos casacos e de uma tosse.

Três dias depois me reconheço na página 23 como “minha amiga”. Gosto de mim assim também, e agora sei como é quando as conversas reais viram diálogos em livros.


É por isso que insisto. 


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