(últimas notícias gripadas de Barcelona)
O terceiro dia em Barcelona veio junto com os primeiros furos nas financas. Comecou na lojinha do Centro Cultural Caixa Forum, onde fui ver a exposicao do Henry Moore. Tenho loucura por lojinhas de museus europeus. Sai de lá com a primeira sacolinha contendo dois livros.
Saindo de lá, segui caminho para a montanha de Montjuic. Foi no terceiro dia também que minha simpatia por Barcelona aumentou consideravelmente. E foi també, no terceiro dia, que a gripe deu sinais de ter evoluído para uma virose cheia de náuseas.
Chovia muito e meu guarda-chuva provou que ser exagerada na hora de fazer mala pode ser ótimo.
Eis que chego à fundaçao Joan Miró (achei o ç!) e dou de cara com obras do Tàpies (premio de consolaçao por sua própria fundaçao estar fechada?). Há também uma fonte do Calder e essas obras de trceiros me interessam muito mais que o Miró em si, tanto que nao demoro muito e já estou subindo a montanha de novo.
O Castelo de Montjuic parece ser um dos poucos lugares de Barcelona onde nao há uma multidao de gente e é de lá que tenho uma vista estonteante da cidade. A Sagrada Família vista do alto me parece ser infinitamente mais interessante que de perto, donde só se veem andaimes, uma piada.
Duas consideraçoes sobre esse povo: eles sao mais fanáticos por futebol do que nós, sobretudo os torcedores do Barça. Duvida? Há uma geladeira estilo vintage nas cores do time, listrada e com brasao aplicado. Tenho foto. A outra: os catalaos tem os cortes de cabelo mais medonhos.
Lá pelas 4 da tarde vou voltando para o ape pela orla. Há festa em toda cidade. A praia de Barceloneta vive o que parece ser o "Dia da Pipa" com criancinhas de rosto pintado correndo pra lá e pra cá fazendo algazarra. Ao me aproximar do ape decido botar em prática uma das minhas especialidades: andar sem mapa pelas ruazinhas estreitas do Bairro Gótico. Precisava achar um lugar pra comer e encontrei, além disso, um bairro encantador e fascinante. Entrando e saindo de ruelas fui parar no Bairro Borne, tao maravilhoso quanto o Bairro Gótico e comecei a achar Barcelona uma delícia. Cada prédio mais lindo que o outro, pequenos cafés e lojinhas e descubro algumas coisas de moda tao bacanas que nao resisto à tentaçao de fazer o primeiro graaaaande estrago no bolso (os livros foram brincadeira). Fui recompensada quando, voltando para o ape, uma espanhola me parou na rua para perguntar onde era a tal loja, eu, orgulhosa com minha sacola, comecei a me sentir completamente habituada. Sigo pela Via Laietana onde há um Starbucks. Ao sair do café já é noite e a rua está tomada por uma multidao enquanto uma espécie de "parada" acontece. Um batuque muito aquém do Olodum e algumas "alegorias" pequenas que parecem ser dragoes soltando fogos de artifício muito aquém de Copacabana.
Chego ao ape mais de 10 da noite e caio na cama.
No quarto dia, quase como um mantra, repito mentalmente "sou brasileiro e nao desisto nunca". A gripe nao dá trégua. Quando me vejo chegando no Bairro de Gràcia A PÉ (é longe do ape) entendo que com Redoxon (e sentando em quase todos os banquinhos ao longo do caminho) se vai longe.
Insisto na fundaçao Tàpies, que desta vez está aberta. O prédio é magnífico e a biblioteca é um charme. Mas me decepciono ao perceber que somente uma das salas de exibiçao esta aberta. O que mais me chama atençao é uma menina que passeia pela sala de exposiçao montada numa bicicleta. Na lojinha eu piro de novo mas diante dos preços acho que o melhor mesmo é levar um postal de lembrança.
Há uma feira de livros pela Passeig de Gràcia. De repente me deparo com uma barraca onde se vendem livros da Taschen a preço de banana. Livros enormes, de capa dura, todos a preços irrisórios. Me contento com um afinal de contas nem cheguei a Paris e já tenho 3 volumes a mais na bagagem.
Havaianas: todo mundo usa. O slogan nao poderia ser melhor e mais realista.
O Parc de la Ciutadella também está em festa: há um grande circo montado, vendedores de baloes e uma série de atividades, além de gente, muita gente, criancinhas felizes aproveitando o domingo ensolarado, gente fazendo pic-nic, tocando violao, brincando com os filhos, olhando o dia passar. Gostaria de ficar ali sentada na grama por horas a fio. Mas é meu último dia e ainda tenho uma missao a cumprir.
No fim das contas achei Barcelona um barato. Cidade viva e vibrante (nao poderia ser diferente dada a quantidade de gente) com os prédios mais fantásticos que já vi na vida.
Guardo minhas últimas forças para finalmente encarar a fila do museu Picasso.
Próximas notícias da França!
:: as esperas de onibus e voos me fazem ter uma potencial inveja de todo e qualquer possuidor de um ipod.
A moça da farmácia do Redoxon era uma fo-fa!
domingo, setembro 24, 2006
sexta-feira, setembro 22, 2006
Albergue espanhol
(notícias de Barcelona - parte 1)
Antes de tudo a viagem de vinda: o cara que projetou o interior de aviao merece que seu caixao tenha sido o mais apertado possível. O sujeito que achou que uma cadeira com inclinacao máxima de 10 graus era o suficiente para o viajante da classe economica estava completamente desavisado. Sendo humanamente impossível dormir nessas condicoes, palavras-cruzadas, livros e a Caras emprestada da minha vizinha. E foi bom que tenhamos ficado buddies porque eu estava sentada na janela e ainda nao tinha um plano eficaz para ultrapassar meus vizinhos caso quisesse levantar.
O aeroporto do Rio é uma grande piada. O de Paris é grande demais.
Fui tao alertada sobre a proibicao de pasta de dente nos voos que fui para o aeroporto sem ela, na crenca de que encontraria alguma no freeshop. Rá. Nao havia pasta de dente. Bala de menta.
Escala em Paris e segui pra Barcelona.
Uma vez em terras espanholas tratei de achar pegar minha mala e ir caminhando em direcao a saida. Estranhamente fui saindo do aeroporto como uma clandestina, sem passar pela imigracao, alfandega ou coisa assim.
A escolha do taxi foi beeeeem acertada, note bem: o homem xingava ate postes e me desovou numa rua grande e disse "a rua que voce quer é aquela". Pensei eu porque diabos o homem nao queria me deixar la... Fui carregando minha mala de 20 quilos. Umas 4 ou 5 quadras. Ao chegar ao hotel a mocinha me encaminha para um outro predio onde me espera um mocinho. Atencao: o hotel (reservado por papi) é, na verdade, um apartamento. Tenho fogao, maquina de lavar, copos, pratos, produtos de limpeza e uma geladeira habitada por agua, suco de laranja, coca-cola, iogurte, uvas e uma lata de cerveja Quilmes. Encontrar um supermercado aberto as 3 da tarde na cercania do meu "ape" foi tarefa complicada. Tudo fechado. O que me arrisca a dizer que além de grosseiros os espanhóis sao preguicosos.
Na farmácia: a mocinha me lancou o maior olhar de desprezo que ja recebi. Tudo isso porque eu estava na duvida entre duas pastas de dente e pedi a opiniao dela, sendo que uma era homeopatica e outra branqueadora. Quis explicar pra ela a problematica causada por atentados terroristas e a proibicao de pastas de dentes nos voos e etc. Achei melhor comprar a pasta mais cara.
Ao sair da farmacia, cansada, com fome e desprezada pela vendedora vejo um Starbucks Coffee e a vida faz sentido novamente. Entao fui parar numa praca onde havia uma feira de antiguidades bonitinha. E na volta para o ape descubro que o Museu Picasso é na minha esquina. Sim, a vida ainda deve valer a pena, nao fosse a fila do Museu Picasso eu afirmaria.
As 5 da tarde eu desmaio no sofá com dor nas costas, joelho, nariz entupido e uma incapacidade de me mexer. As 6 da tarde tomo coragem e vou dormir na cama.
Dia 2: acordo muuuuito gripada. Great! Espirro a cada 3 minutos, tenho uma lentidao dentro de mim e estou em Barcelona. Tomo um banho, cafe da manha e coragem e me junto a horda de turistas.
Minha primeira parada é a Casa Batló, uma das construcoes de Gaudi. Inutil tentar descrever. Foram os 13 euros mais bem gastos da minha vida. Tenho certeza que o impacto que esta casa teve sobre mim deve ter sido o mesmo que a Disney, ha mais de 10 anos.
La Pedrera também é magnífico, mas nao encarei a fila para entrar.
Quando chego ao Parque Guell comeca a chover e me ocorre a melhor ideia que ja tive nos ultimos tempos para os futuros viajantes que tenham destino a Barcelona. O plano é: infiltrar pastas de dente nas bagagens de mao de todo e qualquer viajante de aviao de forma que estes sejam confundidos com terroristas e menos gente consiga chegar a esta cidade. Foi no Parque Guell que desisti de tirar fotos, dada a quantidade de pessoas em todos os lugares. Lindo e insuportável (salve o Ibama que controla a entrada de gente em Noronha, todo lugar devia ser assim).
Lá pelas tantas, depois de muito me perder (e com mapa) fui parar numa Igreja gótica belíssima. Dentro da Igreja acontecia um casamento. O padre falava catalao, uma das leitoras lia em ingles e varios turistas caminhavam pela Igreja. Confuso.
Até aqui essa é a única conclusao: Barcelona é confusa que nem a Igreja. Muita gente, muita fila e uma série de coisas inusitadas.
Fim do dia e agora rumo para o apartamento onde mais uma vez vou ficar imóvel no sofá porque amanha tem mais.
:: maior decepcao: Fundacion Antoni Tàpies fechada até o dia 28... nao estarei mais aqui.
meu portunhol esta arrasando! E que diabos de lingua estranha essa que eles falam...
Antes de tudo a viagem de vinda: o cara que projetou o interior de aviao merece que seu caixao tenha sido o mais apertado possível. O sujeito que achou que uma cadeira com inclinacao máxima de 10 graus era o suficiente para o viajante da classe economica estava completamente desavisado. Sendo humanamente impossível dormir nessas condicoes, palavras-cruzadas, livros e a Caras emprestada da minha vizinha. E foi bom que tenhamos ficado buddies porque eu estava sentada na janela e ainda nao tinha um plano eficaz para ultrapassar meus vizinhos caso quisesse levantar.
O aeroporto do Rio é uma grande piada. O de Paris é grande demais.
Fui tao alertada sobre a proibicao de pasta de dente nos voos que fui para o aeroporto sem ela, na crenca de que encontraria alguma no freeshop. Rá. Nao havia pasta de dente. Bala de menta.
Escala em Paris e segui pra Barcelona.
Uma vez em terras espanholas tratei de achar pegar minha mala e ir caminhando em direcao a saida. Estranhamente fui saindo do aeroporto como uma clandestina, sem passar pela imigracao, alfandega ou coisa assim.
A escolha do taxi foi beeeeem acertada, note bem: o homem xingava ate postes e me desovou numa rua grande e disse "a rua que voce quer é aquela". Pensei eu porque diabos o homem nao queria me deixar la... Fui carregando minha mala de 20 quilos. Umas 4 ou 5 quadras. Ao chegar ao hotel a mocinha me encaminha para um outro predio onde me espera um mocinho. Atencao: o hotel (reservado por papi) é, na verdade, um apartamento. Tenho fogao, maquina de lavar, copos, pratos, produtos de limpeza e uma geladeira habitada por agua, suco de laranja, coca-cola, iogurte, uvas e uma lata de cerveja Quilmes. Encontrar um supermercado aberto as 3 da tarde na cercania do meu "ape" foi tarefa complicada. Tudo fechado. O que me arrisca a dizer que além de grosseiros os espanhóis sao preguicosos.
Na farmácia: a mocinha me lancou o maior olhar de desprezo que ja recebi. Tudo isso porque eu estava na duvida entre duas pastas de dente e pedi a opiniao dela, sendo que uma era homeopatica e outra branqueadora. Quis explicar pra ela a problematica causada por atentados terroristas e a proibicao de pastas de dentes nos voos e etc. Achei melhor comprar a pasta mais cara.
Ao sair da farmacia, cansada, com fome e desprezada pela vendedora vejo um Starbucks Coffee e a vida faz sentido novamente. Entao fui parar numa praca onde havia uma feira de antiguidades bonitinha. E na volta para o ape descubro que o Museu Picasso é na minha esquina. Sim, a vida ainda deve valer a pena, nao fosse a fila do Museu Picasso eu afirmaria.
As 5 da tarde eu desmaio no sofá com dor nas costas, joelho, nariz entupido e uma incapacidade de me mexer. As 6 da tarde tomo coragem e vou dormir na cama.
Dia 2: acordo muuuuito gripada. Great! Espirro a cada 3 minutos, tenho uma lentidao dentro de mim e estou em Barcelona. Tomo um banho, cafe da manha e coragem e me junto a horda de turistas.
Minha primeira parada é a Casa Batló, uma das construcoes de Gaudi. Inutil tentar descrever. Foram os 13 euros mais bem gastos da minha vida. Tenho certeza que o impacto que esta casa teve sobre mim deve ter sido o mesmo que a Disney, ha mais de 10 anos.
La Pedrera também é magnífico, mas nao encarei a fila para entrar.
Quando chego ao Parque Guell comeca a chover e me ocorre a melhor ideia que ja tive nos ultimos tempos para os futuros viajantes que tenham destino a Barcelona. O plano é: infiltrar pastas de dente nas bagagens de mao de todo e qualquer viajante de aviao de forma que estes sejam confundidos com terroristas e menos gente consiga chegar a esta cidade. Foi no Parque Guell que desisti de tirar fotos, dada a quantidade de pessoas em todos os lugares. Lindo e insuportável (salve o Ibama que controla a entrada de gente em Noronha, todo lugar devia ser assim).
Lá pelas tantas, depois de muito me perder (e com mapa) fui parar numa Igreja gótica belíssima. Dentro da Igreja acontecia um casamento. O padre falava catalao, uma das leitoras lia em ingles e varios turistas caminhavam pela Igreja. Confuso.
Até aqui essa é a única conclusao: Barcelona é confusa que nem a Igreja. Muita gente, muita fila e uma série de coisas inusitadas.
Fim do dia e agora rumo para o apartamento onde mais uma vez vou ficar imóvel no sofá porque amanha tem mais.
:: maior decepcao: Fundacion Antoni Tàpies fechada até o dia 28... nao estarei mais aqui.
meu portunhol esta arrasando! E que diabos de lingua estranha essa que eles falam...
domingo, setembro 17, 2006
Take me out
Ir à praia em grupo é sempre melhor que sozinha e te leva a fazer coisas que você se julgava incapaz como jogar futebol e altinha;
Altinha causa hematomas no pé direito, o que é normal. Mas o hematoma da perna esquerda ainda é incompreensível;
A festa que seria a mais incrível do ano valeu a pena mais pelo cachorro-quente que pelo resto;
Tenho loucura por casarões em Santa Teresa;
Casarões na Glória também são fantásticos;
O bom de parar de fumar é que ficamos mais cheirosos, o ruim é que ficamos ligeiramente miseráveis;
Toda vitrine tem um macacão, um sapato de glitter, uma sapatilha de Poá, alguma coisa estampada xadrez vichy e roupas de bolinhas;
Toda viagem é precedida de uma lista de coisas que temos que comprar e a gente começa a falir no momento em que entra na farmácia;
“A Dama e o Unicórnio” é uma tapeçaria medieval que inspirou um livro maravilhoso, livro este que foi devorado em um dia e a idéia de estar a poucos dias de entrar na sala onde a obra está pendurada me leva a crer que a vida não vale a pena sem aviões;
As 12 horas de classe econômica combinadas à problemática da vértebra lombar L5, porém, me preocupam (e muito mais do que o fato de eu não poder escovar os dentes durante o trajeto);
Eu tenho uma amiga que apaga postes;
Manoel e Joaquim não tem mais bolinhas de queijo no cardápio e isso é tão grave quanto o fato de o Nova Capela, o Jobi e uma série de outros bares servirem Pepsi em vez de Coca-Cola;
Pepsi, na minha opinião, é tão útil quanto o quiosque da Lagoa só aceitar Diners;
Pepsi mais Diners é tão eficaz quanto a minha tentativa de acertar a bola na altinha;
O mais legal do show do Franz Ferdinand eram os ventiladores tipo cuca-fresca;
O plano é: platéias de shows devem ser organizadas por altura. As áreas devem ser reservadas para pessoas de até 1.50m, 1.60m e por aí vai, de modo que todos consigam ver o que ocorre no palco;
Se o plano der certo, procure pessoas da sua altura pra ir a shows com você;
Não prometo nada, mas se houver tempo, paciência, boas histórias e euros eu mando notícias de lá, caso contrário esse blog fica de férias até o dia 10 de outubro;
“Preciso pegar minhas coisas e partir. Viajar, esquecer, talvez amar.”
Caio Fernando Abreu (ele vai comigo).
Não vou andar de trem. Não vou a Narbonne. Wish me luck.
Altinha causa hematomas no pé direito, o que é normal. Mas o hematoma da perna esquerda ainda é incompreensível;
A festa que seria a mais incrível do ano valeu a pena mais pelo cachorro-quente que pelo resto;
Tenho loucura por casarões em Santa Teresa;
Casarões na Glória também são fantásticos;
O bom de parar de fumar é que ficamos mais cheirosos, o ruim é que ficamos ligeiramente miseráveis;
Toda vitrine tem um macacão, um sapato de glitter, uma sapatilha de Poá, alguma coisa estampada xadrez vichy e roupas de bolinhas;
Toda viagem é precedida de uma lista de coisas que temos que comprar e a gente começa a falir no momento em que entra na farmácia;
“A Dama e o Unicórnio” é uma tapeçaria medieval que inspirou um livro maravilhoso, livro este que foi devorado em um dia e a idéia de estar a poucos dias de entrar na sala onde a obra está pendurada me leva a crer que a vida não vale a pena sem aviões;
As 12 horas de classe econômica combinadas à problemática da vértebra lombar L5, porém, me preocupam (e muito mais do que o fato de eu não poder escovar os dentes durante o trajeto);
Eu tenho uma amiga que apaga postes;
Manoel e Joaquim não tem mais bolinhas de queijo no cardápio e isso é tão grave quanto o fato de o Nova Capela, o Jobi e uma série de outros bares servirem Pepsi em vez de Coca-Cola;
Pepsi, na minha opinião, é tão útil quanto o quiosque da Lagoa só aceitar Diners;
Pepsi mais Diners é tão eficaz quanto a minha tentativa de acertar a bola na altinha;
O mais legal do show do Franz Ferdinand eram os ventiladores tipo cuca-fresca;
O plano é: platéias de shows devem ser organizadas por altura. As áreas devem ser reservadas para pessoas de até 1.50m, 1.60m e por aí vai, de modo que todos consigam ver o que ocorre no palco;
Se o plano der certo, procure pessoas da sua altura pra ir a shows com você;
Não prometo nada, mas se houver tempo, paciência, boas histórias e euros eu mando notícias de lá, caso contrário esse blog fica de férias até o dia 10 de outubro;
“Preciso pegar minhas coisas e partir. Viajar, esquecer, talvez amar.”
Caio Fernando Abreu (ele vai comigo).
Não vou andar de trem. Não vou a Narbonne. Wish me luck.
sexta-feira, setembro 01, 2006
Do lado esquerdo
Se encontraram nessa vida porque tinha que ser assim, de outro jeito seria covardia com todos.
Cada um era de um jeito, de um canto, mas tinham os corredores da faculdade em comum, exceto um ou dois, que por sorte ou destino tiveram um show pra se conhecer, uma banda que os fazia cantar juntos, um reveillon com fogos, um aniversário em janeiro e um carnaval em fevereiro.
Com o tempo descobriram que seus cantos estavam mais próximos do que supunham, que suas praias eram bem parecidas, que seus jeitos se gostavam e que mesmo quando discordavam em tudo conseguiam fazer piada e rir de si mesmos. Descobriram que rir em grupo era melhor, e que discordar em grupo gerava conversas que ficavam cada vez mais inacabáveis, interessantes e irresistíveis.
E foram descobrindo que juntos ficavam incríveis e que estarem cercados uns pelos outros era o suficiente pra não conseguirem conter sorrisos, e terapia nenhuma solucionaria seus casos não fosse pela certeza de suas companhias.
E cada café é uma celebração, todo chope é uma festa e quando bebem vinho ficam loucos e perto dos deuses.
Podiam ter apenas se esbarrado, mas concordaram que a melhor idéia era um grande abraço.
“Muito sério, disse-lhe que, depois do tempo transcorrido, considerava-o um verdadeiro amigo. Vinha-lhe propor que celebrassem a cerimônia da amizade recíproca. Era muito simples. Consistia em trocar os respectivos nomes, sem perder os próprios. Assim o fizeram, e, desde então, seu vizinho passou a se chamar Tioka-Koke e, ele, Koke-Tioka.”
Vargas Llosa em O Paraíso na Outra Esquina, sobre a amizade de Paul Gauguin e seu vizinho.
Cada um era de um jeito, de um canto, mas tinham os corredores da faculdade em comum, exceto um ou dois, que por sorte ou destino tiveram um show pra se conhecer, uma banda que os fazia cantar juntos, um reveillon com fogos, um aniversário em janeiro e um carnaval em fevereiro.
Com o tempo descobriram que seus cantos estavam mais próximos do que supunham, que suas praias eram bem parecidas, que seus jeitos se gostavam e que mesmo quando discordavam em tudo conseguiam fazer piada e rir de si mesmos. Descobriram que rir em grupo era melhor, e que discordar em grupo gerava conversas que ficavam cada vez mais inacabáveis, interessantes e irresistíveis.
E foram descobrindo que juntos ficavam incríveis e que estarem cercados uns pelos outros era o suficiente pra não conseguirem conter sorrisos, e terapia nenhuma solucionaria seus casos não fosse pela certeza de suas companhias.
E cada café é uma celebração, todo chope é uma festa e quando bebem vinho ficam loucos e perto dos deuses.
Podiam ter apenas se esbarrado, mas concordaram que a melhor idéia era um grande abraço.
“Muito sério, disse-lhe que, depois do tempo transcorrido, considerava-o um verdadeiro amigo. Vinha-lhe propor que celebrassem a cerimônia da amizade recíproca. Era muito simples. Consistia em trocar os respectivos nomes, sem perder os próprios. Assim o fizeram, e, desde então, seu vizinho passou a se chamar Tioka-Koke e, ele, Koke-Tioka.”
Vargas Llosa em O Paraíso na Outra Esquina, sobre a amizade de Paul Gauguin e seu vizinho.
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