domingo, setembro 24, 2006

Albergue espanhol - parte 2 e final

(últimas notícias gripadas de Barcelona)

O terceiro dia em Barcelona veio junto com os primeiros furos nas financas. Comecou na lojinha do Centro Cultural Caixa Forum, onde fui ver a exposicao do Henry Moore. Tenho loucura por lojinhas de museus europeus. Sai de lá com a primeira sacolinha contendo dois livros.

Saindo de lá, segui caminho para a montanha de Montjuic. Foi no terceiro dia também que minha simpatia por Barcelona aumentou consideravelmente. E foi també, no terceiro dia, que a gripe deu sinais de ter evoluído para uma virose cheia de náuseas.

Chovia muito e meu guarda-chuva provou que ser exagerada na hora de fazer mala pode ser ótimo.

Eis que chego à fundaçao Joan Miró (achei o ç!) e dou de cara com obras do Tàpies (premio de consolaçao por sua própria fundaçao estar fechada?). Há também uma fonte do Calder e essas obras de trceiros me interessam muito mais que o Miró em si, tanto que nao demoro muito e já estou subindo a montanha de novo.

O Castelo de Montjuic parece ser um dos poucos lugares de Barcelona onde nao há uma multidao de gente e é de lá que tenho uma vista estonteante da cidade. A Sagrada Família vista do alto me parece ser infinitamente mais interessante que de perto, donde só se veem andaimes, uma piada.

Duas consideraçoes sobre esse povo: eles sao mais fanáticos por futebol do que nós, sobretudo os torcedores do Barça. Duvida? Há uma geladeira estilo vintage nas cores do time, listrada e com brasao aplicado. Tenho foto. A outra: os catalaos tem os cortes de cabelo mais medonhos.

Lá pelas 4 da tarde vou voltando para o ape pela orla. Há festa em toda cidade. A praia de Barceloneta vive o que parece ser o "Dia da Pipa" com criancinhas de rosto pintado correndo pra lá e pra cá fazendo algazarra. Ao me aproximar do ape decido botar em prática uma das minhas especialidades: andar sem mapa pelas ruazinhas estreitas do Bairro Gótico. Precisava achar um lugar pra comer e encontrei, além disso, um bairro encantador e fascinante. Entrando e saindo de ruelas fui parar no Bairro Borne, tao maravilhoso quanto o Bairro Gótico e comecei a achar Barcelona uma delícia. Cada prédio mais lindo que o outro, pequenos cafés e lojinhas e descubro algumas coisas de moda tao bacanas que nao resisto à tentaçao de fazer o primeiro graaaaande estrago no bolso (os livros foram brincadeira). Fui recompensada quando, voltando para o ape, uma espanhola me parou na rua para perguntar onde era a tal loja, eu, orgulhosa com minha sacola, comecei a me sentir completamente habituada. Sigo pela Via Laietana onde há um Starbucks. Ao sair do café já é noite e a rua está tomada por uma multidao enquanto uma espécie de "parada" acontece. Um batuque muito aquém do Olodum e algumas "alegorias" pequenas que parecem ser dragoes soltando fogos de artifício muito aquém de Copacabana.

Chego ao ape mais de 10 da noite e caio na cama.

No quarto dia, quase como um mantra, repito mentalmente "sou brasileiro e nao desisto nunca". A gripe nao dá trégua. Quando me vejo chegando no Bairro de Gràcia A PÉ (é longe do ape) entendo que com Redoxon (e sentando em quase todos os banquinhos ao longo do caminho) se vai longe.

Insisto na fundaçao Tàpies, que desta vez está aberta. O prédio é magnífico e a biblioteca é um charme. Mas me decepciono ao perceber que somente uma das salas de exibiçao esta aberta. O que mais me chama atençao é uma menina que passeia pela sala de exposiçao montada numa bicicleta. Na lojinha eu piro de novo mas diante dos preços acho que o melhor mesmo é levar um postal de lembrança.

Há uma feira de livros pela Passeig de Gràcia. De repente me deparo com uma barraca onde se vendem livros da Taschen a preço de banana. Livros enormes, de capa dura, todos a preços irrisórios. Me contento com um afinal de contas nem cheguei a Paris e já tenho 3 volumes a mais na bagagem.

Havaianas: todo mundo usa. O slogan nao poderia ser melhor e mais realista.

O Parc de la Ciutadella também está em festa: há um grande circo montado, vendedores de baloes e uma série de atividades, além de gente, muita gente, criancinhas felizes aproveitando o domingo ensolarado, gente fazendo pic-nic, tocando violao, brincando com os filhos, olhando o dia passar. Gostaria de ficar ali sentada na grama por horas a fio. Mas é meu último dia e ainda tenho uma missao a cumprir.

No fim das contas achei Barcelona um barato. Cidade viva e vibrante (nao poderia ser diferente dada a quantidade de gente) com os prédios mais fantásticos que já vi na vida.

Guardo minhas últimas forças para finalmente encarar a fila do museu Picasso.

Próximas notícias da França!

:: as esperas de onibus e voos me fazem ter uma potencial inveja de todo e qualquer possuidor de um ipod.
A moça da farmácia do Redoxon era uma fo-fa!

9 comentários:

Velma Kelly disse...

eba!!!!!! daqui a uma semaninha, vc estará juntinha de mim!!!!!!! VIVA!!!!!

Anônimo disse...

Strawberry Fields Forever!!!

Fulanas disse...

E viva a Espanha !!!

Anônimo disse...

Oi Jú!!
Muito ansiosa pro próximo post!!!
hehehe
beijoos e divirta-se!

Anônimo disse...

Adorei xuxu!!!! muito mais legal seus dias 3 e 4 do que os primeiros.... eu adorei barcelona... e não sei se porque fomos em épocas do ano diferentes ou porque fomos em idades diferentes (eu era bem mais nova...), mas eu tive uma impressão muito diferente de vc na maioria dos aspectos... engraçado...
Mas é muito gostoso ouvir tudo isso... continue aproveitando e para sarar da gripe tome uma dessas bombas anti-gripais para poder aproveitar tudo e não cair de cama... e que venha a França!!!!!
ps.:fiquei curiosa para saber mais dessas comprinhas, principalmente dos livros!!!!!

mil beijos!

Anônimo disse...

ahhh... faço das palavras da marcelle as minhas...
bjs

Anônimo disse...

julinha, me senti pessoalmente ofendida com o fato de vc não ter gostado do museu do miró, mas ok, compre a versão local do benegrip e não ande de trem! aproveite TODAS as lojinhas de museu, são mesmo a melhor coisa do mundo. ah, se achar uma máquina LOMO, experimente.

Anônimo disse...

julinha, me senti pessoalmente ofendida com o fato de vc não ter gostado do museu do miró, mas ok, compre a versão local do benegrip e não ande de trem! aproveite TODAS as lojinhas de museu, são mesmo a melhor coisa do mundo. ah, se achar uma máquina LOMO, experimente. satisfação garantida.

Anônimo disse...

Eu lembro da Bibs no Miró feliz como criança na Disney! Que saudade... tb me sinto pessoalmente ofendida com qualquer palavra ruim sobre BCN, fala mal de Salvador;-) Aquilo que é multidão.
Aproveite.