Eu fico perdida e encantada com todas as possibilidades que você me dá, com todas as chances que você me oferece de pensar mais sobre as coisas, com todas as chances que ganho de reavaliar as relações que crio com tudo, com as pessoas, com você também. É como se a cada conversa eu tivesse tempo e lucidez para compreender melhor tantos desses questionamentos, dessas angústias e aflições que dividimos. Como se a cada divagação eu tivesse mais instrumentos e idéias para lidar com esses dias de nonsense interminável.
Fico perdida porque escarafunchamos tanto os itens dos debates e nunca nos preocupamos em concluir, de forma que acumulamos muito mais perguntas que soluções. E também porque me adoro quando estou perto de você, de um jeito tão novo e delicioso que, confesso, às vezes desligo um pouco das suas palavras para aproveitar essa sensação tão boa de gostar de mim tão plenamente.
E fico encantada porque a sua capacidade de argumentação sempre me surpreende, e isso me dá a dimensão exata do quanto ainda posso esperar de você – sensatez, humor, maturidade, em doses e momentos onde geralmente eu só esperaria decepção. E principalmente, me encanta essa sensibilidade, essa doçura, esse jeito de olhar que você consegue, essas descobertas todas que você faz, e que eu faço também, em horas de assuntos e risos que compartilhamos.
E fico absolutamente feliz quando concluo que essa felicidade é possível, e sujeita apenas à nossa vontade de ficar perto, à nossa convivência, tão essencial e redonda que segregamos pessoas em nome dessa sintonia.
Eu fico perdida e encantada com todas as possibilidades que você me dá, com todas as chances que você me oferece de entender e apreciar detalhes que provavelmente passariam despercebidos, fico boba ao constatar o quanto você sabe sobre milhares de coisas que eu sequer desconfio, o quanto você transforma tudo em poesia (sem ter idéia de que o faz), o quanto alguns episódios e sutilezas ganham dimensões tão especiais quando narradas de forma tão envolvente por você, fico envaidecida e ao mesmo tempo abençoada em perceber o quanto você me deixa à vontade para cantar aos berros a mesma música repetidamente enquanto você dirige, inventando a letra, mudando um pouco a melodia, desdenhando da companhia de todo mundo que não vai saber cantar junto.
* Basia Bulat in "Snakes and Ladders"
3 comentários:
incrível!
Abandonou???
Gabriel
não!
achei que você é que tinha me abandonado, poxa!
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