Para a minha coleção de palavras: cacofonia, desfraldar, pestanejar, negligenciar, mas não adianta, desaprendi a costurar. Penso cenas e pessoas em câmera lenta, penso o silêncio que não sei mais onde, penso os teus dentes ligeiramente trincados e, num estalar de dedos, você. Teu jeito de me ver sem se desculpar por me achar tão linda. Tudo de novo. Roesse as unhas e minhas mãos estariam em frangalhos. Eu pergunto se isso que cobre a tua camisa é suor ou chuva e já sei a resposta. Minutos depois estaremos os dois despidos, tuas mãos pelos retalhos das minhas costas, escoliose e os teus calos, todo o nosso folclore reencenado. Penso destemor, cangote, superlativo, seqüestro. Penso em ter alguém com quem ser sensível. Li isso num livro. Demolir, vastidão, anarquia. Derrubar governos: não é isso que fazemos os dois quando juntos e vencidos? Caio num sono de inverno, acordo em outro país. Penso: tumulto.
Um comentário:
Olá Julieta.
Antes de mais parabéns pelos seus textos.
Cheguei até ao teu blogue pela Denguemag. Tentei contactar por mail a revista, mas acabei não sendo bem sucedido: não tive resposta. Tal como você, eu gosto das letras. A minha formação é em Psicologia, o mestrado também, mas é com as letras que tenho ganho a vida. Sou editor (associado) da revista Vice Portugal e tenho escrito para outras publicações. Como é meu desejo regressar ao Brasil, teria o prazer de te mostrar algumas das coisas que tenho escrito, e no caso de gostares, poderia colaborar com a revista ou outras publicações brasileiras que faças parte.
O meu endereço é : omeuendereco@gmail.com
Aguardo um contacto teu para te mostrar algum trabalho.
Agradecido,
Nuno Vieira
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