Não perguntávamos sobre todos os guarda-chuvas que víamos e muito menos sobre a diferença que havia entre esses guarda-chuvas pretos e o guarda-sol. Não porque quiséssemos fazer papel de bobos, mas porque, se a gente insistisse muito em obter respostas para uma pergunta como esta, corria o risco de transformar uma coisa rara numa coisa banal.
Lloyd Jones em O Sr. Pip (editora Rocco 2007).
Imagine acordar todo dia e não saber onde estão as coisas – bem, foi assim que acabei. Eu estou me queixando? Espero que não. Minha situação não é um sofrimento. É uma frustração. Você se vê sempre chegando atrasado para a piada. As pessoas à sua volta – no ponto do bonde, por exemplo – estão rindo. Do que elas estarão rindo? Você vê seu rosto se transformando para rir também, mas você tem que esperar. Você tem que esperar por uma pista e partir daí. Talvez você ouça alguém dizer: “Eu achei que ela ia pegar o cachorro.” Então havia um cachorro envolvido, o que quer que fosse; agora já é um acontecimento passado. É assim que você existe no mundo. Brincando de pegar.
Lloyd Jones em Mundos Roubados (editora Rocco 2012).
Nenhuma luz na minha cara / Mas ouço o grito na medula / Eu tô sozinha nesse palco / Meu peito bate com a guitarra / Ali no solo da guitarra / Eu sinto aplauso e sinto a vaia / Ah, tudo de novo / Ah, olhos da cara / Ninguém canta pra ninguém / Ninguém me dá uma novo dia / Ninguém me mata de alegria / Ninguém faz nada por ninguém / Se o tempo passa feito bicho / E o bicho come o próprio bicho / Me ama logo, pensa bem /Ai, pensa no amor... / Ah, pensa no amor... / Ou não pensa em mais ninguém
Nuno Ramos, pela voz da Dona Inah, no disco do Rômulo Fróes.
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