terça-feira, março 06, 2007

Sobre ser mãe

Aquecimento global, crimes brutais, falta de bolinhas-de-queijo, previsões alarmistas sobre a falta d’água potável, internet wireless, cinema a dezoito reais, fila no consulado americano pra visto que será provavelmente negado, homens que não ligam no dia seguinte, falta de verba pro cinema nacional, contentamento em sentar-se no Diagonal porque o Jobi vive cheio, trânsito caótico, RH que não liga nunca, roupas na Maria Bonita a preços indecentes, mercado de trabalho saturado, falta de espaço pra exibição de curtas, salários fictícios, spams, falta de grana pra sair de casa, Farminização (da loja Farm, não da Rua GLS), multidão nos blocos de carnaval, perda de fãs no orkut, praia lotada e outros temas fizeram parte de recentes conversas sobre o que nos aflige. Chegamos à conclusão que botar mais gente nesse mundo é um ato insano. Eu já sabia disso e finalmente ganhei adeptos.

Foi no meio de uma conversa com amigas que uma delas afiliou-se à minha causa. Ela queria ter três filhos mas confessou que já pensa em ter um só. Foi mais radical: pensa em adotar o único filho. Do Camboja. Quando este completar 18 anos e quiser conhecer seu país de origem ela lhe dará apenas a passagem de ida.

Desenvolvendo o assunto e pensando que a maternidade pode ser uma experiência incrível concluí que só vale a pena povoar o mundo com filhos se você puder garantir que no futuro ele seja (e se puder ser tudo ao mesmo tempo é ainda mais vantajoso) evangélico, dono de botequim, grafiteiro, economista ou gay. Isso não o impedirá de desmilingüir-se quando no inverno ele enfrentar temperaturas de 35 graus. Ao menos ele será bem-sucedido o suficiente pra sair da casa dos pais, fazer um curso em Paris e comprar uma cadeira Barcelona sem ter de gastar todas as folhas do talão de cheques. Além disso, é menos uma aflição pra nós, que não teremos de nos preocupar com o destino que nosso filho tomará. Vai por mim. Filho gay e evangélico ou adote um cachorro da Suípa.

12 comentários:

Anônimo disse...

Menina, caí da cadeira de tanto rir: filho adotivo do Camboja, com passagem só de ida é muito bom!

Anônimo disse...

Só não pode ser vascaíno...

Fulanas disse...

Cachorro da Suipa só se não latir tanto quanto o João....

bruna disse...

passagem aos 18 anos? mas aí é quando fica bom... O meu filho unico vai para Etton College ainda bebê e logo no berçario faremos um contrato que, se ele for um vagabundo, terá que me indenizar pelo esforço na criação.

Julieta disse...

o meu vai ser gay. Vou morar na Farme de Amoedo pra garantir que a vizinhança o influencie desde cedo assim ele será bem-resolvido de berço e eu economizarei na terapia do moleque. Gay e ponto final.

Fulanas disse...

hahahahaha, só tem gente doida comentando aqui.....

Anônimo disse...

hahahahaha... Muito bom... Tô de saco cheio dessa vida de desempregada, mas decidi que vou escrever um livro. A gente faz coisas incríveis com tempo à toa em excesso.. tudo pra evitar a depressão e o tédio! bjs!!!

Anônimo disse...

Mto bom!!! hahahahaha
Filho gay e evangélico é bom demais!!!

Jubsky disse...

Ah, Jules, Visita uma creche que muda logo de idéia! E bebe muita àgua mineral enquanto é tempo...
Apesar de eu discordar e continuar querendo 11 filhos, adoro o humor!

Anônimo disse...

hahahaha

Velma Kelly disse...

agora a moda é adotar no vietnã, não está sabendo!?!?!?

Anônimo disse...

ameeeeeeeeeei !!
quero ser sua amiga !
super concordo com quase tudo !
prosso agragar com quase tudo mais !
beijomeliga