quinta-feira, março 22, 2007

É uma ave no chão

“O problema não é você, sou eu” é a frase que eu mais tenho desejado ouvir e, clichês à parte, a esperança é a última que morre; é impossível subir escadas rolantes sem olhar para as pessoas que descem na escada ao lado e vice-versa; a capacidade de fazer baliza é inversamente proporcional ao tamanho da vaga; natação é a próxima tentativa e a grande questão é como ficar decente dentro de uma touca; 1/3 da vida dormindo, 1/3 dirigindo e 1/3 tentando; “ ‘não entender’ era tão vasto que ultrapassava qualquer entender – entender era sempre limitado.” na página 43 eu me apaixonei definitivamente por Clarice Lispector; achar o carro no estacionamento do shopping Leblon é tarefa árdua o bastante pra tirar o bom-humor; o shopping Leblon, por si só cumpre bem esse papel: para ir à administração do shopping você passa, ora veja, pelo estacionamento, não faz sentido algum; a vontade de comer crayons ataca toda vez que os vejo coloridos e enfileirados; para uns, “ralação” está exclusivamente ligada à capacidade que a pessoa tem de carregar sacolas, manequins e afins, bem como de ouvir grosseria o dia todo; ortopedista novo é o suficiente pra você se iludir outra vez só para então constatar que a medicina ainda não achou solução legal pro seu caso e sim, você terá que encarar toda aquela chatice; tylenol é tão tão tão bom que eu desconfio que haja alguma substância anti-depressiva em sua fórmula; o Parque Lage é um dos lugares mais quentes do mundo; lá vem as águas de março e o que me anima mesmo é a promessa de vida; alguém tem que avisar a esses seres de cabelo esquisito que mullets não é cool, é só horrendo; eu sou art-nouveau, dê uma olhada nas figuras do Schiele (e do Klimt) e lá estou eu; eu costumo errar a verificação de palavras que os blogs pedem quando deixo comentários, o que me desanima às vezes; o melhor de Marie Antoinette, o filme, é a trilha sonora e quando você a escuta sem ver o filme ela fica ainda melhor; Marie Antoinette até o começo do mês era apenas a rainha que havia inspirado Sofia Coppola e de repente essa mulher virou uma perseguição; noite de sábado vendo curtas com os amigos e a gente tentando achar uma solução, noite de quarta a caminho do curso com amiga e a gente tentando achar uma solução, noite de terça no bar com amiga e a gente tentando achar alguma solução, quando foi que todo mundo entrou em crise?; parece letra de Belchior e a música fica repetindo na cabeça eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens mas também pode ser aquela do Renato vamos sair mas não temos mais dinheiro, os meus amigos todos estão procurando emprego e haverá sempre o otimista insuportável que vai dizer que é um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão e prefiro crer que é um pouco sozinho; é possível abastecer o carro na Zona Sul?; e Wikipedia, é possível viver sem Wikipedia?; havia vida antes de Targus?; e The Magic Numbers, é possível não ouvi-los?; o bom de voltar a estudar é que você pode dar a incrível sorte de ter aula com um cara fabuloso e esse cara pode te abrir os olhos e até mesmo arregalar seus olhos e de repente tudo aquilo que você sabia cai por terra e você tem a oportunidade de pensar tudo de novo e optar por deixar as coisas como estão ou pegar o caminho mais longo e a música dessa vez é Candeia: deixe-me ir, preciso andar.



12 comentários:

Anah disse...

identificacao, nao sei por quê, vou por aí a procurar...
bjos saudosos!

Anônimo disse...

Só peço uma coisa: por favor, não coma os crayons !!!!

Anônimo disse...

tem um carinha de moto pra procurar os carros (sempre perdidos) no s. leblon!só nao sei se é eficiente...

Anônimo disse...

Ainda bem que você deu os créditos ao Candeia - e não à Marisa Monte... Isto me dá esperança.

Anônimo disse...

que implicância com a maria antonieta!

Anônimo disse...

adorei essa foto, jules, paree queas estátuas fzeram xixi na calça!!!!

Anônimo disse...

Sobre o comentário da Bebel : hahahahhahahahhahahahahhaha

Anônimo disse...

Aproveitando: o que aconteceu com o excelente blogue 83, Rue de Rennes? Ele está há muito mudinho...

bruna disse...

Rue de Rennes está em crise? Também. Minha aposta de hoje é que isso é tudo uma conjunção astral. Ou manipulação do Boninho.

Julieta disse...

eu digo: Rue de Rennes agoniza e a causa é a Paixão.

Anônimo disse...

Nossa, gente, calma. Se for para o bem da nação, eu volto com o blog!! Mas, um passo de cada vez. Primeiro o fotolog!

Jubsky disse...

de fora dos comentários viajantes, eu achei o texto lindo lindo